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O homem por trás da caçada de demônios dos irmãos Dean e Sam fala sobre a nova temporada, a greve de roteiristas e suas inspirações.
A mitologia e folclore cativam pessoas por séculos, mas talvez ninguém mais do que o produtor Eric Kripke. Com uma paixão pelo inexplicável e o desconhecido, Kripke levantou a ideia de dois irmãos caçadores de demónios a bordo de um Chevy Impala, o qual acabou se transformando na série Supernatural.
Agora na terceira temporada, a produção de novos episódios está paralisada devido à greve de roteiristas. Kripke conversou com o TV.com sobre suas inspirações para fazer a série, a greve de roteiristas, a nova temporada, a sutileza ao introduzir novos personagens para um público um “radical”, e sobre Rockn Roll clássico.
TV.com: Qual foi a sua inspiração para fazer a série?
Eric Kripke: Eu tenho uma obsessão com lendas urbanas e o folclore americano desde muito tempo. Desde que era criança, eu sempre adorava essas histórias... a verdadeira diversão, sangrenta, histórias sanguinárias com uma reviravolta no final. Eu sempre me senti atraído por elas e comecei a estudá-las na faculdade, e fui explorando cada vez mais essas histórias. E você realmente aprende muito sobre uma cultura estudando aquilo que tememos... Realmente elas são pequenas cápsulas sociológicas da cultura americana.
TV.com: Qual foi o tema principal da terceira temporada? Como você pode descrevê-la diferente das outras duas?
Eric Kripke: A terceira temporada era e está sendo uma “temporada de guerra”. Foi uma temporada em que pessoalmente eu estava esperando por ela, onde há muitos gatilhos, tanto nas histórias quanto na mitologia. E foi uma temporada em que realmente abrimos os portões do inferno – literalmente – em que centenas de demônios escaparam sobre as paisagens americanas. Sam e Dean e outros tipos de caçadores suados, assustadores, aterrorizantes e ótimos atiradores estão lá, todos possuem essa guerra em suas mãos. Dean tem somente mais um ano de vida, e nós não temos certeza de que Sam é 100% Sam, e aquele Sam é realmente bom ou ele está se tornando outra pessoa? Ele tem esse tipo de destino obscuro e nós brincamos com isso, ou como costumamos perguntar será que ele vai cumprir o seu destino ou não.
E se ele cumprir, o que quer dizer para o Dean, e ele será capaz de cumprir suas obrigações para com seu irmão o salvando ou impedindo ele? E para que se torne em um dos pontos principais dessa temporada.
Nós estamos realmente alvejando por uma temporada mais épica, mais intensa de como nós temos encaminhado essa guerra até agora a nível nacional, mas muito abaixo da superfície. É uma guerra, mas uma guerra secreta. Vocês nunca viram no noticiário das 6:00, mas apesar de tudo ela esta lá. Existe esse selecto grupo de soldados que estão lutando nela.
TV.com: Eu estou impressionado do jeito como os roteiros são desenvolvidos durante a temporada em andamento e estava pensando o quão longe você planeja essa série?
Eric Kripke: Nós temos um planeamento de cinco temporadas trabalhadas, mas esses são apenas “esboços brutos” de roteiro. Nós sabemos aproximadamente os pontos onde queremos agitar em cada temporada, e sabemos também algumas mudanças que teríamos que atingir. Mas se deixarmos o roteiro muito propositadamente em branco porque muito se preencheu no dia-a-dia, e você somente permite um feliz acidente e os prazeres da descoberta quando encontrar um personagem que realmente funciona para você. Por exemplo, quando você encontra um roteiro que realmente gostou – nós temos um grupo brilhante de roteiristas que constantemente fazem um bom trabalho – você tem que dar a esses roteiristas liberdade total porque eles aparecerão com muitas coisas que você jamais teria pensado naquilo originalmente.
O personagem Gordon, que acabou se tornando um dos meus favoritos e um com as melhores histórias da série, nunca faria parte da mitologia. Será Gamble (Produtora) apareceu com esse personagem tão intrigante e nós começamos a desenvolver roteiros para ele. O mesmo fez o Bem Edlund (Co-Produtor Executivo) com o personagem do Agente Henrickson. E até mesmo a ideia dos garotos serem procurados pelo FBI, tudo nasceu naquele episódio em que o Bem escreveu.
TV.com: Agora, vamos falar sobre a greve. Como ela afectou a sua série?
Eric Kripke: É chato cara. Muito chato mesmo. Nós queremos voltar a trabalhar. Tínhamos escritos 12 episódios, e todos eles já estão prontos. Esses 12 são o total da terceira temporada. Vancouver, que era onde estávamos gravando a série, está parada. E as coisas estão muito calmas (Risos) aqui em Supernatural. É um lance terrível mesmo.
Semana passada, mais ou menos 250 membros da equipe que trabalham em Supernatural saíram, muitos deles eram do escritório canadense. E tinham pessoas talentosas ralando muito na série, e se sacrificando dia após dia em Supernatural. E Bob (Sieger, Produtor Executivo) e eu tínhamos que botar todos para trabalhar. Então isso é mal, e mal para todo mundo. É doloroso, mas eu tenho que concordar com as razões deles nessa greve, mas isso não torna menos doloroso pra mim. Eu só espero que as duas partes possam sentar o mais rápido possível para podermos voltar ao trabalho. E, sim, parte disso é porque eu quero continuar contando a história, e eu quero continuar contando histórias de Dean e Sam, e eu quero criar mais produtos para os fãs.
TV.com: Como pode descrever o processo de introdução de Ruby e Bela sem interferir com o foco principal da história, que seria a de dois irmãos numa jornada?
Eric Kripke: Nós sempre procuramos expandir o universo e introduzir novos personagens. E para nós, se trata de ir introduzindo de forma conservadora e em pequenas doses. Porque os fãs são protectores e ocasionalmente um pouco nervosos, nós estamos sempre reiterando nas entrevistas e na prática que a série é sobre Sam e Dean. Eles são os líderes e jamais será diferente. Sempre será sobre os dois, os problemas que estão enfrentando, e acima de tudo, o relacionamento de ambos.
Quando trouxemos a Ruby e a Bela, nós não as inserimos em todos os episódios. Os episódios são sobre os garotos. E as garotas aparecem, mas aparecem somente em algumas cenas. Elas estão lá por importantes elementos, mas não se trata de uma série sobre Ruby e Bela, não se trata de uma jornada de quatro jovens a bordo de um Impala. É sobre os rapazes.
Enquanto a série progride, e nós ficamos mais confortáveis com os personagens e eles começam a tomar vida própria, nós estamos interessados em explorar novas histórias sobre eles, em níveis mais profundos. Temos um episódio inédito em que nós realmente vamos descobrir o passado do Bobby. E na verdade olhando Bobby como um modelo de como nós introduzimos, com sucesso, um personagem. Ele chegou devagar. Entrando esporadicamente e o público se sentiu confortável com ele, e Jim Beaver é tão bom actor que fez isso se tornar fácil.
Então nós procurando fazer a mesma coisa (com Ruby e Bela). Não queríamos forçar. Na verdade, eu poderia dizer que um episódio nessa temporada nós realmente forçamos foi no episódio chamado “RED SKY AT MORNING”, em que eu acho que ficou longe de ser um episódio bem sucedido porque acabou se tornando mais “Belo Show”, e não era mais sobre como as mulheres complicam a vida dos garotos. Esse também é sua resposta para “Do que se arrepende?”... Eu diria que me arrependo do episódio “RED SKY AT MORNING”. (Risos) Provavelmente esse não é um episódio que faria de novo porque eu acho que tentamos fazer um pouco demais, e rápido demais.
TV.com: Ultima pergunta, eu adoro os rocks clássicos que tocam. Qual é o ultimo sucesso dos caçadores de demônios nas suas viagens?
Eric Kripke: Oh, por ter sido usada na série (uma vez), eu diria (AC/DCs) “Back in Black”. Se tivéssemos a chance, a única que nós nunca poderíamos pagar e nem receber permissão seria “Black Dog” do Led Zeppelin.